Levantamos bem cedo e este seria o nosso dia `D`, pois teríamos pela frente o tão temido rípio, que é uma estrada de terra coberta com uma espécie de brita, pequenas pedras redondas muito escorregadias, um terreno extremamente comentado por aqui, principalmente por motociclistas.
As estórias vão de quedas a coisas mais complicadas, imaginem nossa apreensão! De Punta Arenas ao local que se pega a balsa para irmos a Ushuaia seriam 260 km de asfalto, muito bom por sinal, percorridos sem nenhum problema. Pegamos a balsa logo que chegamos e foram apenas 20 minutos para atravessarmos os 5 km de mar (Estreito Magalhães) até onde seguiríamos viagem. Mais 60 km de asfalto e chegamos a um pequeno povoado onde deveríamos abastecer e tomarmos um lanche, pois dali pra frente o temeroso rípio nos esperava.
Um fato precisa ser registrado, no abastecimento a Deisinha me perguntou sobre nossos passaporte e papéis aduaneiros. Putz, não encontramos no local de costume. Bateu aquele desespero; tira mala da moto, abre mala, desmancha mala, busca nos bolsos e nada! Desespero total. O que fazer? Logo me lembrei onde os documentos estavam. Alívio total.
Começou então o trecho mais complicado da viagem, a estrada de rípio.
Fiz uma pilotagem com muita cautela e bem devagar, No início a 40 km/h sentindo as reações nossas e da moto. Após uns 50 km, já estávamos viajando a 80/100 km/h dominando quem tanto nos amedrontava , o famoso e temido rípio.
Ficamos mais de 3 horas parados na Aduana Chilena por causa da greve. Quando conseguimos fazer nossa imigração já eram quase 08 h da noite e saímos debaixo de chuva e muito frio. Com isso adiamos nossa chegada ao Ushuaia que estava distante uns 350 km, paramos em Rio Grande.
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